ELISABETE DA TRINDADE (1880-1906)
Desde menina distinguiu-se por seu temperamento apaixonado, um tanto agressivo, mas por outro lado marcado por uma agradável sensibilidade. Sua mãe conta: “Quando tinha um ano, já se manifestava a sua natureza ardente e colérica… Foi pregada uma missão durante a nossa estadia devendo terminar com a bênção das crianças. Uma religiosa veio-me pedir uma boneca para representar o Menino Jesus, no presépio, devendo vestir-se com um traje cheio de estrelas douradas e irreconhecível aos olhos da menina. Levei-a à cerimônia. A criança esteve distraída com as pessoas que chegavam, mas quando o prior do alto do púlpito anunciou a Bênção, Elisabeth deitou um olhar sobre o presépio e reconheceu a boneca e, num ímpeto de cólera, com o olhar furioso, exclamou: ‘Jeanette! Dêem-me a minha boneca!” A criada teve de a levar no meio duma risada geral. Esta natureza ardente e colérica cada vez mais se acentuou…” (RB 1,2-3).
Seu pai faleceu no dia 2 de outubro de 1887, de repente, vítima de uma crise cardíaca. Elisabete, que tinha então sete anos e dois meses relembrará dez anos mais tarde essa hora trágica. A morte do pai causará a “conversão” e mudança de caráter de Elisabete. como fruto de sua vida de ascese e oração.
Faz sua primeira comunhão no dia 19 de abril de 1891, em Dijon. Indo com outras companheiras visitar o Carmelo recebe um “santinho” da Priora, Madre Maria de Jesus, que na dedicatória traduz o nome Elisabete por “Casa de Deus”.
Desde os oito anos estudou música no Conservatório de Dijon. Todos os dias passava horas ao piano. Muitas vezes participou em concertos organizados na cidade. Seu talento precoce merece elogios nos jornais locais. No dia 24 de julho de 1893, apesar da sua pouca idade, obteve o primeiro prêmio de piano do Conservatório.
A jovem Elisabete freqüentará a sociedade local. No decorrer de uma festa, enquanto dançava e se divertia, a Sra. Avout, surpreendeu o seu olhar e lhe segredou: “Elisabete, não estás aqui, estás vendo Deus…” Havia nos seus olhos “um não sei quê de luminoso que irradiava”, disse Louise de moulin, que Elisabete preparava para a Primeira Comunhão. Um de seus amigos de juventude, que a tinha encontrado várias vezes quando todos os dias ia ver a sua grande amiga, a vizinha Marie Louise Hallo, Charles, irmão desta, não economiza superlativos quando descreve Elisabete como “muito simples e duma espantosa franqueza… muito querida pelas suas companheiras… muito alegre, muito musical… a sua doçura refletia-se-lhe no olhar extraordinário e luminoso… a pureza transparecia-lhe no olhar”. A Senhora Hallo confirmará o esplendor do olhar de Elisabete, especialmente quando voltava da comunhão: “nunca poderei esquecer o seu olhar. O rosto de Elisabete, quando voltava da comunhão, não se pode explicar”.
No dia 2 de janeiro de 1901, aos 21 anos, ingressou no Carmelo Descalço de Dijon, cidade onde vivia com sua sua família.
Recebeu o hábito no dia 8 de dezembro de 1902 e no dia 11 de janeiro de 1903 emitiu seus votos religiosos na Ordem do Carmelo, que já amava com toda sua alma.
Com sua vida e doutrina, breve mas sólida, exerce grande influência na espiritualidade atual, especialmente por sua experiência trinitária. Em sua obra distinguem-se: Elevações, Retiros, Notas Espirituais e Cartas.
Foi beatificada pelo papa João Paulo II, no dia 25 de novembro de 1984, festa de Cristo Rei. Sua festa é celebrada no dia 8 de novembro.
Irmã Elisabete é uma alma que se transformou dia a dia no mistério trinitário.
Enamorada por Jesus Cristo, que é “seu livro preferido”, eleva-se à Trindade, até que “Elisabete desaparece, perde-se e se deixa invadir pelos Três”.
“A Trindade: aquí está nossa morada, nosso lugar, a casa paterna de onde jamais devemos sair… Encontrei meu céu na terra, posto que o céu é Deus e Deus está em minha alma. No dia em que compreendi isto, tudo se iluminou para mim”.
“Crer que um ser que se chama Amor habita em nós a todo instante do dia e da noite, e nos pede que vivamos em sociedade com Ele, eis aquí, garanto-vos, o que tem feito de minha vida um céu antecipado”.
Amou intensamente sua vocação carmelita e também amou e imitou a “Janua Coeli”, como chamava Nossa Senhora.
Andou a passos largos no caminho da perfeição. Faleceu no dia 9 de novembro de 1906 vítima de úlcera estomacal, murmurando, quase cantando: “Vou para a luz, para o amor, para a vida”.
PENSAMENTOS DE ELISABETE DA TRINDADE
“A minha alma: santuário interior no qual vivo dia e noite com aquele que é o Amigo de todos os momentos”
“Aqui na terra, tudo se realiza no sacrificio”
“Que alegria crer que Deus nos ama até o ponto de habitar em nós, de tornar-se o companheiro de nosso exílio, o confidente, o amigo de todos os momentos!”
“Toda circustância, todo acontecimento, todo sofrimento, como toda alegria, é um sacramento que Deus nos outorga”
“Visto que é o amor que une a alma a Deus, quanto mais intenso é o amor, mais ela entra profundamente em Deus e concentra-se nele”
“A oração é o vínculo das almas”
“Pensa que tua alma é o templo de Deus, pois a todo instante do dia e da noite as três Pessoas Divinas habitam em ti. Quando se tem consciência disto, entra-se numa intimidade verdadeiramente adorável porque não estamos sozinhos”
“O humilde jamais colocará Deus demasiado no alto ou a si mesmo demais embaixo”
“A característica do amor é dar sempre e sempre receber”
“Se soubéssemos apreciar o valor do sofrimento, sentiríamos fome dele”
“A Trindade, eis nossa morada, nossa casa, a casa paterna que não devemos mais abandonar. Um dia o Senhor disse: O escravo não permanece sempre na casa, mas o filho aí mora para sempre”
“Não percamos um só sacrifício; há tantos que podem ser feitos durante um dia!”
“A característica do amor consiste em não procurar jamais a si mesmo, em não reservar nada para si, mas em dar tudo Àquele que se ama”
“Deus tanto amou a companhia da dor que a escolheu para seu Filho, e o Filho deitou-se neste leito para harmonizar-se com o Pai neste amor”
“Á luz da eternidade, a alma vê as coisas no ponto certo. Oh! Como é vazio tudo o que não foi feito para Deus e com Deus!”
“É preciso tomar consciência de que Deus se encontra no mais íntimo de nós e de enfrentar tudo com Ele. Então não somos nunca banais, sequer fazendo as ações mais comuns, porque não vivemos nestas coisas, mas vamos para além delas”
“Tambem o matrimonio é uma vocação. Quantos santos nele glorificaram a Deus”
“Acreditar que um Ser, chamado Amor, habite em nós a qualquer momento do dia e da noite e que nos pede que vivamos em comunhão com Ele. Eis o que transformou a minha vida num céu antecipado”
“Quanto mais nos damos a Deus, mais Ele se dá a nós”
“Dentro de mim ha uma solidão onde Cristo mora, a qual ninguem poderá tira-la de mim”
“Fazer a vontade do Senhor é o que ha de mais belo”
“Se tiveres que sofrer, pensa que és ainda mais amado e dize sempre:’obrigado'”
“Creio que o segredo da paz e da felicidade consista em esquecer-se, em desinteressar-se de si mesmos”
“Encare todo sofrimento e toda provação como uma prova de amor que lhe vem diretamente por parte do bom Deus para uni-la a Ele”
“Recolha-se no íntimo de sua alma e ali encontrará o seu Dileto pronto acumulá-la de tantos favores”
“No céu não poderemos mais sofrer por aquele que amamos. Por isso, aproveitemos agora cada um dos nossos sofrimentos para consolar nosso Dileto”
“Que alegre misterio a presença de Deus dentro de nós, neste intimosantuario das nossas almas, onde sempre podemos encontra-lo, tambem quando não experimentamos mais sensivelmente sua presença”
“Nosso lema deve ser estas palavras de São Paulo: ‘Nossa vida está escondida com Cristo em Deus'”
“Vivamos de amor para morrer de amor e glorificar a Deus, todo amor”.
“Quando sabemos envolver o sofrimento com a própria alegria, que deliciosa paz experimentamos”
“Quisera gritar a todas as almas e falar-lhes da vaidade, do nada de tudo o que passa quando não é feito para Deus”.
“A meu ver, a alma mais livre é aquela que mais se esquece de si mesma. Se me perguntassem o segredo da felicidade, diria que consiste em não se preocupar mais consigo, desprendendo-se a todo momento”.
“Que alegria crer que Deus nos ama até o ponto de habitar em nós, detornar-se o companheiro de nosso exilio, o confidente, o amigo de todos os momentos”.
“Sei muito bem que o bom Deus ouve as orações dos pequenos, e eu sou sua filhinha. Ele se comporta comigo como uma mãe cheia de ternura”.
“Como é triste ter que deixar o tabernáculo e despedir-se do Hóspede divino! Mas estás sempre comigo, estás no meu coração… único meu Dileto!”
“Só nos resta esvaziar-nos, desapegarmo-nos de tudo, para que nada mais exista senão Ele, e só Ele… É aos pés da cruz que a gente sente emprofundidade todo esse vazio das criaturas, essa sede infinita dEle”.
“Sim, nós lhe pertencemos totalmente, entreguemo-nos todas ao nosso predileto Jesus num generoso abandono! Fazer a sua vontade é o que há de mais belo. Ofereçamos-lhe nosso exílio. É tão doce sofrer por quem se ama”
“Amemos, portanto, o nosso Dileto, mas com amor calmo e profundo! Permaneçamos em recolhimento ao lado Daquele que é (Esd 3,14), junto ao Imutável cuja luz sempre resplende sobre nós. Nós somos aqueles que não são.Vamos até ele, que quer que sejamos todas suas e que nos envolve por toda parte, de maneira que já não somos mais nós que vivemos, mas sim ele”
“Como é grande a bondade do divino Prometido e como parece refulgir mais na obscuridade da prova!”
“Ele nos marca com o sinete da cruz para que mais nos assemelhemos a ele… Na realidade, existem correspondências de amor que só se pode compreender na cruz”.
“Ele me aparece sempre mais ao meu pensamento como a Águia divina. Nós somos a presa do seu amor. Agarra-nos, coloca-nos sobre suas asas e leva-nos para longe, às alturas sublimes onde a alma e o coração gostam de perder-se!”
“Acaso podemos desejar alguma coisa que ele não queira? Porventura não estamos prontas a permanecer neste mundo enquanto ele quiser? Como é bonito unir, identificar a nossa vontade com a dele!”
“Que alegria sofrer, dar algo a quem se ama”.
“‘Deus em mim, e eu nele’ deve ser o nosso lema. Que jubiloso mistério a presença de Deus dentro de nós, neste íntimo santuário das nossas almas ondesempre podemos encontrá-lo, também quando não percebemos mais sensivelmentea sua presença! Que importa o sentimento? Talvez ele esteja também mais perto, quando menos o sentimos”
“É aqui, no fundo da alma, que gosto de procurá-lo. Preocupemo-nos em não deixá-lo jamais sozinho, e em que a nossa vida seja uma contínua oração. Quem poderá, acaso, raptar-nos o nosso Bem-Amado ou distrair-nos daquele quenos tomou e nos fez totalmente suas? Como é grande a sua bondade!”
“Os seus sofrimentos agradam muito ao seu Bem-Amado, o qual se compraz em prolongá-los desta maneira. Eles constituem o sinal da sua predileção, da sua vontade de uni-la intimamente a si”
“Se ele nos prova, ocultando-se à nossa alma, é porque já sabe que o amamos demasiado para que o deixemos. Por isso, deixemos que ele ofereça também aoutras almas as suas doçuras e as suas consolações para atraí-las a si. E nós amemos esta obscuridade que nos aproxima dele”
“Se soubesse como às vezes sinto nostalgia do céu! Como gostaria de voar para lá, junto de meu Deus!”
“Percamo-nos nessa Trindade Santa, nesse Deus todo Amor, deixemo-nos transportar nessas regiões onde não há mais do que ele, só ele!”
“Pertencemos-lhe… deixemos que o nosso Bem-Amado nos tome e leve aondemelhor lhe aprouver… o meu coração não agüenta mais, pois está todopossuído por Ele! Mas o que estou dizendo? Ele não se apodera de nós para levar-nos para longe, Ele que está sempre dentro de nós: Ele, o ‘Imutável’, ‘Aquele que é’ (Ex 3,14)”
“Encontrei o meu céu na terra, nesta querida solidão do Carmelo onde estou a sós com meu único Deus. Tudo faço com ele e realizo todas as coisas com alegria divina”.
“Oh! Sinto que todos os tesouros encerrados na alma de Cristo são meus e mesinto, assim, tão rica. Com que alegria e felicidade vou abeberar-me neste manancial em favor de todos aqueles que amo e que me fizeram tanto bem”.
“Aqui não há nada, nada mais que ele somente. Ele é tudo, ele basta, só se vive dele e encontramo-lo por toda parte…”
“Quando se sente triste, diga-o àquele que tudo sabe, que tudo compreendee que é o Hóspede de sua alma. Pense que ele se acha dentro de você como numa pequena hóstia”
“Durante o dia, pense às vezes naquele que está dentro de você e que tem tanta sede de ser amado. É perto dele que você sempre me há de encontrar!”
“Veja só como é maravilhosa a união das almas! Devemos amar-nos acima de tudoo que é passageiro: então nada pode separar. Amemo-nos assim”
“Aconselho-a a simplificar o número de livros… Pegue o seu crucifixo, olhe-o, ouça-o. Você sabe que é ali que temos nosso encontro”
“Mesmo no trabalho, podemos rezar ao bom Deus: basta pensar nele. Então tudo se torna suave e fácil, porque não agimos sozinho, mas ali também Jesus está atuando”
“Amo sempre mais estas queridas grades que me constituem prisioneira do amor”
“Vivamos com Deus como com um amigo. Procuremos avivar a nossa fé para comunicar-nos com ele através de todas as coisas, pois assim conseguimos a santidade”
“Nós carregamos o céu dentro de nós, porque aquele que sacia os bem-aventurados, na luz da visão beatífica, entrega-se a nós na fé e no mistério”
“O abandono leva-nos a Deus. Eu sou muito jovem, mas às vezes me parece que já sofri muito. Então, nesses momentos de confusão, quando o presente meera tão doloroso e o futuro me parecia ainda mais obscuro, eu fechava osolhos e me abandonava como uma criança nos braços daquele Pai que está nos céus”
“Não basta deter-nos diante da cruz e contemplá-la, mas precisamos recolher-nos na luz da fé, elevar-nos mais alto e pensar que ela constitui o instrumento do amor divino”
“A Carmelita é uma alma que contemplou o divino Crucificado, que o viu oferecer-se como vítima ao seu Pai em prol das almas; ela reflete à luz desta grande visão da caridade de Cristo e compreendeu, assim, a paixão de amor da sua alma e quis entregar-se como ele!”
“Vivamos na intimidade com o nosso Amado, sejamos totalmente dele comoele é completamente nosso”
“Bem que eu quisera ser uma alma totalmente silenciosa e adoradora para poder penetrar sempre mais nele. Quisera encher-me de Sua plenitude, que pudesse dá-lo mediante a oração àquelas pobres almas que ignoram o dom de Deus!”
“Quando contemplo a minha vida passada, descubro, como que uma divina perseguição de amor sobre minha alma. Oh! Quanto amor! Sinto-me como que esmagada sob o seu peso e só me resta calar e adorar!”
“Quer saber como é que me comporto quando me encontro um pouco cansada? Olhopara o crucifixo, e, vendo como ele se sacrificou por mim, sinto que só posso prodigalizar-me por ele e consumir-me, a fim de restituir-lhe um pouco daquilo que me deu!”
“E pensar, minha boa Madre, que temos o céu dentro de nós, aquele céu de que às vezes sinto tão pungente nostalgia!”
“Oh! Se você soubesse como ele é bom, como é todo amor! Eu lhe peço que se revele à sua alma, que seja o amigo que você sempre saiba encontrar. Então tudo se esclarece e ilumina e a vida se torna algo tão belo de viver!”
“Creio que não há nada que nos manifesta tanto o amor que está no coração de Deus como a Eucaristia. É a união consumada, é ele em nós e nós nele; e não lhe parece que isto é o céu na terra?”
“Ele colocou no meu coração uma sede de infinito e uma necessidade tão grande de amar, que só ele pode saciar”.
“O sacrifício é um sacramento que nos leva a Deus. Ele o envia àqueles que ama e que deseja estejam perto dele!”
“Se o bom Deus nos separou, é porque ele quer ser o Amigo que a gente sempre pode encontrar. Ele está postado à porta do coração… e espera”
“E eu amo tanto aquele Deus que me quer ciumentamente só para si. Sinto tanto amor me envolvendo a alma! É como se fosse um oceano em que me lanço e me perco… Ele está em mim e eu nele. Só tenho que amá-lo e deixar que me ame, a cada instante, em cada coisa”
“A alma não pode resistir ao seu apelo. Ele subjuga, acorrenta; a gente não se pertence mais a si, mas nos tornamos a presa do seu amor. O coração pode sofrer arranhões, mas na alma reina uma paz inefável”
“Eu sou ‘Elisabete da Trindade’, ou seja, a Elisabete que desaparece, que seperde nos Três e se deixa invadir por eles”
“Vivamos de amor, sejamos simples como ela, sempre no mais completo abandono, imolando-nos momento após momento no cumprimento da vontade de Deus, sem procurar coisas extraordinárias”
“Nós somos tão fracas ou, até mesmo, não somos senão miséria; mas ele sabe disso e gosta de perdoar-nos, de soerguer-nos e, depois de, de arrebatar-nos para junto de si, na sua pureza, na sua santidade infinita”
“Quero ser santa. Santa para fazê-lo feliz. Peça-lhe que eu só viva de amor! Esta é a minha vocação!”
“Os santos são almas que se esquecem a todo instante de si, que desaparecem de tal maneira naquele que amam, que não se preocupam com sua própria pessoa”
“Como compreendo, agora, o recolhimento e o silêncio dos santos que não conseguiam mais abandonar a sua contemplação”.
“Gosto de contemplar a minha vida de carmelita nesta dupla vocação:”Virgem-Mãe”. Virgem, desposada com Cristo na fé. Mãe, salvando as almas e multiplicando os filhos adotivos do Pai…”
“Não existem mais distâncias, porque já é o Uno como no céu… o céu que um dia chegará quando então veremos a Deus na sua luz”.
“Reze por mim: o horizonte é maravilhoso, o sol divino faz brilhar a sua grande luz. Peça que a borboletazinha queime suas asas em seus raios”.
“Quando me fazem uma observação injusta, sinto o sangue como que refervendo nas minhas veias e todo o meu ser se rebela!… Mas Jesus está comigo, ouço a sua voz no fundo do meu coração, e então me sinto disposta a tudo suportar por amor a ele”.
“Amo tanto esse mistério da Santíssima Trindade, pois é um abismo em que me perco”.
“A fé é o face-a-face nas trevas”
“Deus é o principio e o vínculo indissoluvel de toda amizade verdadeira e profunda”.
“Como a fé é bela! É o céu nas trevas, mas um dia o véu cairá e então contemplaremos na sua luz Aquele que amamos”.
“Que o amor seja o seu claustro e o carregue sempre assim consigo, pois então encontrará a solidão no meio dos ruídos e da multidão”
“Antes de morrer, sonho estar transformada em Jesus Crucificado, e este pensamento me dá tanta força no sofrimento”
“Não posso dizer que amo o sofrimento em si mesmo, mas o amo porque me torna semelhante com aquele que é meu Esposo e meu amor”
“Oxalá soubesses como o sofrimento é necessário para que se realize em tua alma a obra de Deus!”
“Constitui uma alegria tão grande para o bom Deus ver que uma alma reconhece a própria incapacidade”
“Tenho profunda compaixão pelas almas que só vivem das banalidades da terra. Acho que são escravas e gostaria de dizer-lhes: Sacudi este jugo que pesa sobre vós! Que fazeis destes troncos em que estais acorrentadas, vós mesmas e as coisas mais ínfimas?”
“Parece-me que felizes são neste mundo aqueles que muito se desprezam e se esquecem de si, para escolher a cruz como sua herança”
“O Mestre me lembrou que Ele é a minha moradia e que não me compete a mim escolher meus sofrimentos. Por isso me lanço com Ele no mar da dor com todos os seus receios e suas angústias”
“O orgulho alimenta-se do amor-próprio. Pois bem, é preciso que o amor de Deus seja tão forte, para apagar todo amor de nós mesmos”
“A alma que vive unida a Deus não age senão sobrenaturalmente, e as ações mais corriqueiras, ao invés de separá-la dele, aproxima-la-ão sempre mais”
“A minha alma: santuário interior no qual vivo dia e noite com aquele que é o Amigo de todos os momentos”
“Os santos aprenderam a verdadeira ciência: aquela que nos faz sair das coisas criadas, e sobretudo de nós mesmos, para lançar-nos em Deus e viver somente dele!”
“Se conhecesses o Mestre, a oração não te enfadaria mais. Na realidade, ela é um repouso, uma distensão. É dirigir-se com toda a simplicidade àquele que se ama”
“Jesus é o meu tudo, o meu único tudo. Que alegria, que paz este pensamento proporciona à alma”
“Nunca estou sozinha: meu Cristo está aqui, sempre orando dentro de mim, eeu me uno à sua oração”
“Tudo consiste em fazer a vontade do bom Deus”
“Que coisa mais doce pode haver do que doar Àquele que se ama?”
“O Esposo divino cava abismos na minha alma, abismos que só ele pode encher. Por isso me conduz num silêncio profundo do qual jamais quisera sair”
“O sacrifício é um sacramento que nos dá Deus. Ele o envia aos que ama e quequer perto de si”
“É toda a Trindade que mora em nós e Ela será nossa visão no céu”
“Parece-me que os santos são almas que a todo instante ‘se esquecem’, que se perdem naquele que amam, sem pensar em si mesmas, sem saudades das criaturas”
“Em tudo e por tudo vivamos todo momento, em comunhão com este divino VerboEncarnado, com Jesus que mora dentro de nós e quer revelar-nos todos os seus mistérios”
“É preciso separar-se de tudo para possuir Aquele que é tudo”
“Jesus dá sua cruz aos seus verdadeiros amigos para aproximar-se sempre mais deles”
“Oferece a Deus tudo o que fere o teu coração, confidencia-lhe tudo. Pensa que dia e noite tens alguém em tua alma, que jamais te deixa sozinha”
“Parece-me que minha oração é onipotente, porque não sou eu que reza, mas meu Cristo que reza em mim”
“Depois da comunhão, possuímos o céu inteiro em nossa alma, exceto a visão dele”
“No céu não poderemos mais sofrer por aquele que amamos. Por isso, aproveitemos agora cada um dos nossos sofrimentos para consolar nosso Dileto!”
“Unir, identificar a nossa vontade com a de Jesus: então somos sempre felizes, sempre contentes”
“Fazer a vontade do Senhor é o que há de mais belo”
“Permaneçamos em recolhimento junto Daquele que é, ao lado do Imutável, cuja luz sempre resplandece sobre nós. Nós somos aqueles que não são”
“A piedade deve ser guiada pelo amor e não pelo temor. Trabalha-se sempre com paixão por aquele que se ama”
“Devemos assistir à santa missa com os sentimentos iguais aos que teríamos tido em nosso coração no Calvário”
“A alma acostumada ao pecado venial acaba não distinguindo mais o limite que a separa da culpa grave”
“Quando entramos em nossas casas, devemos sentir que nelas Deus está presente, que ali Ele é amado e respeitado”
“Como é difícil suportar os diferentes temperamentos! Um santo afirmou que isto constitui a flor da caridade”
“Se a oração é uma cosa tão bela e consoladora, se trabalhar para Deus é admirável, nada, contudo, pode igualar-se ao mérito e à beleza do sofrimento. Nele não há traço de amor-próprio”
“Tu bem o sabes: sem ti nada sou; mas se tu me alentas, Senhor, serei capaz de todo sacrifício”
“Também no meio do mundo podemos ouvir a voz de Deus no silêncio de um coração que só quer ser dele”.
“Se caio a cada instante, na fé confiante farei com que Ele me levante”.
“Olhar somente a Ele, receber como vindo diretamente de seu amor tanto a alegria como a dor; isso estabelece a alma nas alturas serenas”.
“Não devemos deter-nos diante da cruz para olhá-la em si mesma, mas, recolhendo-se sob as luzes da fé, é preciso subir mais alto”.
“Ele é um Deus de amor. Nós não podemos compreender até onde chega seu amor particularmente quando nos prova”.
“Em sua bondade o Senhor está sempre inclinado para vós, para vos arrebatar e vos estabelecer nele”.
“Que nossa vida se esgote Nele… Façamo-nos silenciosas para ouvir aquele que tem tanto a nos dizer…”
“Ó meu Deus, pacificai minha alma, fazei dela vosso céu”.
“É preciso que o amor de Deus seja tão grande que chegue a extinguir por completo nosso amor próprio”.
“É toda a Trindade que habita na alma que o ama realmente, isto é, que guarda a sua palavra”.
“É a Virgem Maria, esse ser luminoso, todo puro da pureza de Deus, que me tomará pela mão para me introduzir no céu”.
“Olhar somente a Ele, receber como vindo diretamente de seu amor tanto a alegria como a dor; isso estabelece a alma nas alturas serenas”.
“Viver submergidos em humildade é viver submergidos em Deus, porque Deus é o fundo desse abismo”.
“É tão transparente, tão luminosa, que julgaríamos ser ela (a Virgem Maria) a própria luz. No entanto, é apenas o ‘espelho do Sol de Justiça’”.
“‘A Virgem conservava estas coisas em seu coração’. Toda a sua história pode resumir-se nestas poucas palavras; foi no coração que viveu e em tal profundidade que nenhum olhar consegue segui-la”.
“A pureza de intenção, a simplicidade, nos dará a herança que o Senhor nos preparou na eternidade”.
“Maria foi tão singela em sua humildade porque viveu sempre esquecida de si mesma, desapercebida a seus próprios olhos, desapegada de si própria”.
“Ninguém penetrou tanto a profundidade do Mistério de Cristo como a Virgem Maria”.
“Eu quisera corresponder ao Senhor passando sobre a terra como a Santíssima Virgem, ‘guardando todas estas coisas em meu coração’”.
“Essa intimidade com Jesus, no íntimo da alma, é que foi o belo sol a iluminar minha vida”.
“Ah, a adoração! Palavra de céu. Eu creio que se poderia definir: o êxtase de amor”.
“Lançai vossa alma nas ondas da confiança e do abandono”.
“Entra nesse pequeno reino de tua alma e adora a esse grande Senhor que nele mora como em seu próprio palácio. Te ama tanto!”
“Esta Rainha das Virgens é também a Rainha dos Mártires; e é no seu coração que ‘a espada traspassou’, porque Nela tudo se passa no íntimo…”
“A casa de nosso Pai, o céu, está no centro de nossa alma”.