A Ordem Carmelitana teve sua origem no Monte Carmelo, na Palestina, que se eleva entre os confins da Galileia e Samaria.
O Monte Carmelo foi, com o correr dos tempos, o cenário de interessantes dramas humanos. Ali viveu Elias, o profeta, saboreando a presença divina e, ao levantar-se como uma chama de zelo, marcou a história de Israel.
Pela montanha bíblica passaram também muitas raças e civilizações orientais e ocidentais. Os Cruzados lhe deram nova vida; foi a chegada de homens fervorosos para a vida eremítica, de maneira que se pode dizer que com eles começou propriamente a história da Ordem.
A quietude do lugar e o silêncio fecundo os convidava para realizar o ideal da contemplação. O livro “Instituição dos Primeiros Monges” e a Regra que mais tarde redigiu Santo Alberto de Jerusalém são dados precisos de seu viver. A historiografia tradicional, mas piedosa que crítica, nos recorda aqueles solitários, como homens santos, penitentes e unidos a Deus.
No século XIII a perseguição dos cristãos por parte dos mulçumanos obrigou os Carmelitas a emigrar para o Ocidente. Durante três séculos os religiosos permaneceram ausentes da santa Montanha, que passou sucessivamente para os mulçumanos, franceses, alemães, ingleses e finalmente aos judeus. Hoje forma parte de Israel. Os Carmelitas só retornaram no século XVII.
Em 1247 o Papa Inocêncio IV adaptou a Regra de Santo Alberto às novas situações dos Carmelitas no Ocidente e a aprovou definitivamente. Em 16 de julho de 1251, Nossa Senhora entrega o Escapulário a São Simão Stock, iniciando, assim, uma grande devoção ao Escapulário do Carmo e a expansão da Ordem em um ambiente mais favorável.
A vida Carmelitana, tal como se conhecia naquela época, era considerada como vocação á vida mística, fundada na humildade e mortificação. Para isto, incentivava-se o amor à solidão e ao silêncio, e se cultivava a presença de Deus.
Jovens piedosas começaram a se orientar espiritualmente com os padres carmelitas e, reunidas em comunidade, buscavam viver a espiritualidade do Carmelo. Em 1452, o Beato João Soreth, então Superior Geral da Ordem, promoveu a Instituição das Monjas Carmelitas e lhes deu as primeiras Constituições, aprovadas pelo Papa Nicolau V.