Na manhã desta quarta-feira, a meditação dos exercícios espirituais do Papa Francisco e da Cúria Romana, que estão sendo realizados na Casa Divino Mestre da cidade italiana de Ariccia e terminam na sexta-feira, 23 de fevereiro, se centrou no significado das lágrimas na vida do homem e em sua relação com Deus.
Na meditação, pronunciada pelo sacerdote português José Tolentino Mendonça, explicou-se que “as lágrimas mostram que Deus se encarna na nossa vida, nos nossos fracassos, nos nossos encontros”.
“Nos Evangelhos, Cristo também chora. Jesus assume a nossa condição, torna-se um de nós e, por isso, as nossas lágrimas estão incluídas nas suas. Realmente as leva com ele. Quando chora, reúne e assume solidariamente todas as lágrimas do mundo”.
Pe. Tolentino Mendonça indicou que “a nossa biografia também pode ser resumida por meio de lágrimas: de alegria, de celebração, de emoção; e também de noite escura, de aflição, de abandono, de arrependimento e de contrição”.
“Pensemos nas nossas lágrimas – continuou – e também naquelas lágrimas que não se derramaram, que permaneceram como um nó na garganta, e cuja ausência se transforma em algo que pesa. A dor dessas lágrimas que não foram derramadas. Deus conhece todas elas e as acolhe como uma oração. Portanto, confiemos. Não as escondamos dele”.
Por último, Pe. Tolentino Mendonça se referiu à mulher que chora e lava os pés de Jesus com as suas lágrimas. Destacou que, muitas vezes, estabelece-se uma distância crítica com a religiosidade popular, que se expressa com a abundância de lágrimas.
Assinalou que, às vezes, os pastores podem achar complicado perceber a religiosidade do simples, baseado não em ideias, mas em gestos. Entretanto, em outras ocasiões, pode-se viver de maneira asséptica. “É essa inédita hospitalidade – expressada pela mulher com suas lágrimas – que Jesus pretende exaltar. As lágrimas são um sinal da sede e nós devemos aprender”, concluiu.