O que é o Carmelo?
Nossa Ordem nasceu no Monte Carmelo, na Palestina. Nosso carisma, porém, alcança sua máxima expressão com Santa Teresa de Jesus e São João da Cruz, doutores da Igreja, que o viveram de forma nova e excepcional.
Somos uma família religiosa consagrada a Maria. Pelo dom do Espírito, somos chamadas a uma misteriosa união com Deus, vivendo em amizade com Cristo e em intimidade com a Bem-Aventurada Virgem Maria; a oração e a vida doada fundem-se vivamente com um grande amor à Igreja.
O que significa viver no Carmelo?
Viver no Carmelo é querer amar a Deus acima de tudo e escolhê-lO como o grande AMOR de sua vida; é desejar fazê-lo conhecido e amado; é decidir-se fazer parte dos grandes amigos de Deus, dos seus mais íntimos; é escolher a melhor parte, que não será tirada e viver na companhia do Bom Deus, que tanto nos ama.
Viver no Carmelo é fazer a experiência da bondade e da suavidade do Senhor: “Provai e vede como o Senhor é bom”! (Sl 33,9). É ter o coração aberto para acolher toda a humanidade e por ela doar a vida através da oração e do serviço fraterno, oferecendo todo o ser e toda a vida a fim de ser para todos uma fonte de bênçãos; é chegar a todos os continentes e abraçar tudo e todos pela oração e vivência do amor fraterno. É dar sem esperar recompensa, é amar gratuitamente assim como somos amados por Deus. É ter os olhos e o coração fixos no Senhor e aprender tudo o que nosso grande Mestre nos ensina. É começar sempre, de bem para melhor. É fazer da Palavra de Deus e da Eucaristia o alimento cotidiano, a Fonte de Água Viva.
Quem são as monjas carmelitas descalças?
Segundo o ideal de Santa Teresa, nós, carmelitas descalças, vivemos a vida contemplativa eclesial, em um clima que harmoniza a solidão e o silêncio com a comunhão fraterna de vida, em uma família, à semelhança do pequeno “Colégio de Cristo”, que tem por centro o amor do Senhor e por norma a caridade fraterna, juntamente com uma generosa abnegação evangélica. Totalmente dedicadas ao serviço de Deus em benefício de toda a humanidade, lá aonde não chegam nossos pés, chegam nossas orações e “vida de doação”.
O que é a clausura?
É um amplo espaço favorável ao silêncio e à oração, ao encontro com Deus, consigo mesmo e com o próximo. Diz nossa Santa Fundadora que uma alma unida a Jesus é um sorriso vivo que O reflete e expande. A Beata Elisabete da Trindade escreve: “Às vezes imaginam que no claustro não se sabe mais amar, mas é justamente o contrário! Da minha parte, nunca tive mais afeto do que agora, parece-me que meu coração se dilatou. Que alegria crer que Deus nos ama até o ponto de habitar em nós, de tornar-se companheiro do nosso exílio, o confidente, o amigo de todos os momentos. Como é maravilhoso viver aqui no Carmelo!”
O que é oração?
Santa Teresa de Jesus, nossa Mãe e Mestra espiritual, define oração como “um trato de amizade, estando muitas vezes a sós, com quem sabemos que nos ama! Rezar não é pensar muito, mas amar muito”.
A Samaritana, no seu encontro com Jesus no poço, ao ouvir falar da água viva, sentiu-se impelida a pedir, dizendo: “Senhor, dá-me desta água”! (Jo 4,15). Santa Teresa fez seu este pedido e encheu de torrentes de água viva a ponto de transbordar para toda a Santa Igreja e o mundo inteiro.
Santa Teresinha do Menino Jesus declara que, para ela, a oração é um impulso do coração, é um simples olhar lançado ao céu, um grito de reconhecimento e amor no meio da provação ou no meio da alegria.
Qual a importância da oração?
Como orantes oficiais da Igreja, pela oração litúrgica unimo-nos ao louvor perene de Cristo; e em união com a Igreja do céu e da terra rogamos ao Pai pela salvação de todo o mundo. Prolongamos e atualizamos, nos diversos momentos do dia, o louvor e a ação de graças, a recordação dos mistérios da salvação, as preces e o antegozo da glória, celebrados da Eucaristia.
A oração é o ponto de apoio da alavanca que eleva o mundo até Deus. Muitos falam de Deus para o mundo. Nós falamos do mundo para Deus.