“Tomai, isto é o meu corpo”
A Igreja proclama hoje, de modo solene, sua fé na presença real de Jesus Cristo na SS. Eucaristia, na qual o mesmo Cristo, por amor a Deus e aos homens, se imola incruentamente ao Pai eterno.
Celebramos hoje com grande alegria a Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, conhecida de forma mais abreviada como festa de Corpus Christi.
Adorar o Corpo e o Sangue de Cristo com viva fé
Antífona de entrada
Coleta
Senhor Jesus Cristo, neste admirável sacramento nos deixastes o memorial da vossa paixão; dai-nos venerar de tal modo o sagrado mistério do vosso Corpo e Sangue, que experimentemos continuamente os frutos da vossa redenção. Vós, que sois Deus, e viveis e reinais com o Pai, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
“Reunido com os apóstolos na última ceia, para que a memória da cruz salvadora permanecesse para sempre, ele se ofereceu a vós como cordeiro sem mancha e foi aceito como sacrifício de perfeito louvor. Pela comunhão neste sublime sacramento, a todos nutris e santificais. Fazeis de todos um só coração, iluminais os povos com a luz da mesma fé e congregais os cristãos na mesma caridade. Aproximamo-nos da mesa de tão grande mistério para encontrar, por vossa graça, a garantia da vida eterna”. Prefácio
Elevemos, então, nossa voz, “façamos nossos os sentimentos de Santo Tomás de Aquino, cantor
apaixonado de Jesus eucarístico, e deixemos que o nosso espírito se abra também na esperança à
contemplação da meta pela qual suspira o coração, sedento como é de alegria e de paz” (São João Paulo II),
“Terra, exulta de alegria, louva teu pastor e guia,
com teus hinos, tua voz!
Tanto possas, tanto ouses, em louvá-lo não repouses;
sempre excede o teu louvor!
Hoje a Igreja te convida: ao pão vivo que dá vida
vem com ela celebrar!
Este pão que o mundo o creia, por Jesus, na santa ceia,
foi entregue aos que escolheu.
Nosso júbilo cantemos, nosso amor manifestemos,
pois transborda o coração!
Quão solene a festa, o dia, que da santa Eucaristia
nos recorda a instituição!
Novo Rei e nova mesa, nova Páscoa e realeza,
foi-se a Páscoa dos judeus.
Era sombra o antigo povo, o que é velho cede ao novo:
foge a noite, chega a luz.
O que o Cristo fez na ceia, manda a Igreja que o rodeia
repeti-lo até voltar.
Seu preceito conhecemos: pão e vinho consagremos
para nossa salvação.
Faz-se carne o pão de trigo, faz-se sangue o vinho amigo:
deve-o crer todo cristão.
Se não vês nem compreendes, gosto e vista tu transcendes,
elevado pela fé.
Pão e vinho, eis o que vemos; mas ao Cristo é que nós temos
em tão ínfimos sinais.
Alimento verdadeiro, permanece o Cristo inteiro
quer no vinho, quer no pão.
É por todos recebido, não em parte ou dividido,
pois inteiro é que se dá!
Um ou mil comungam dele, tanto este quanto aquele:
multiplica-se o Senhor.
Dá-se ao bom como ao perverso, mas o efeito é bem diverso:
vida e morte traz em si.
Pensa bem: igual comida, se ao que é bom enche de vida,
traz a morte para o mau.
Eis a hóstia dividida… Quem hesita, quem duvida?
Como é toda o autor da vida, a partícula também.
Jesus não é atingido: o sinal é que é partido;
mas não é diminuído, nem se muda o que contém.
Eis o pão que os anjos comem transformado em pão do homem;
só os filhos o consomem: não será lançado aos cães!
Em sinais prefigurado, por Abraão foi imolado,
no cordeiro aos pais foi dado, no deserto foi maná.
Bom pastor, pão de verdade, piedade, ó Jesus, piedade,
conservai-nos na unidade, extingui nossa orfandade,
transportai-nos para o Pai!
Aos mortais dando comida, dais também o pão da vida;
que a família assim nutrida seja um dia reunida
aos convivas lá do céu!” Sequência