Santa Maria Madalena de Pazzi, virgem
Maria Madalena leva o nome da nobre família de Pazzi de Florença, que já tinha grande influência política no século XV.
Nascida em 2 de abril de 1566, teve uma educação piedosa e, desde a infância, demonstrou um profundo senso da presença de Deus, um amor ardente pela Eucaristia e uma forte inclinação para o espírito de penitência.
Seguindo o conselho de seu confessor, ela foi admitida à Primeira Comunhão aos 10 anos de idade, contrariando os costumes da época. Aos dezessete anos, foi aceita pelas Irmãs Carmelitas de Santa Maria dos Anjos, em Florença, sua cidade natal. Durante seu noviciado, uma doença violenta que durou dois meses a deixou à beira da morte, tanto que lhe foi permitido antecipar sua profissão. Mas ela se recuperou, encontrando na vida do mosteiro a realização de seus desejos mais íntimos.
A superabundante efusão do Espírito, acolhida especialmente no Pentecostes de 1585, levou a jovem irmã à necessidade de crescer na misericórdia de um Deus que é “Pai arrebatador”, Verbo que dá um “beijo de paz” e Espírito, um fogo transformador. Assim, no encontro com Deus em comunhão, Maria Madalena foi enriquecida não só por uma alegria profunda, mas também por uma consciência gradual de quão inadequadamente tantos homens e mulheres respondem à oferta do Filho e do seu Espírito. Amar a Cristo significou para ela desenvolver um amor apaixonado pelo corpo ferido e dilacerado de Cristo que é a Igreja. Acolher Cristo significou para ela abrir os olhos ao desencanto das suas expectativas relativamente a uma vida cristã pobre em relações fraternas, embora rica em rituais. E compreende-se então como o único dom do Espírito a “forçou” a uma obra estimada, mas na verdade ignorada: a renovação eclesial, à qual ela respondeu chamando todos a uma vida fundada na nudez do Evangelho.
“Pelo abandono total, se faz morrer a si mesma em Deus, não deseja conhecê-lo, nem entendê-lo, nem experimentá-lo. Nada quer, nada sabe e nada deseja poder” – essa é a via do “amor morto” pregada pela santa.
Ela combinava uma vida espiritual intensa com a observância consciente dos votos religiosos e levava uma vida oculta de oração e abnegação. Ela foi atraída pelo “anseio” de renovação da Igreja: a urgência da reforma e o anseio de expansão, oferecendo-se para que os “christi” (sacerdotes) voltassem a ser a luz do mundo e os infiéis retornassem ao seio da Igreja. “A pedra angular de seu edifício espiritual (desenvolvido, porém, de uma forma que não é realmente orgânica) é o amor: criado por Deus com amor e por amor, é por esse caminho que devemos retornar a Ele; o amor é a medida do progresso no retorno da alma a Deus. A principal função do amor é unir a alma a Deus. A vida espiritual é um círculo, animado pelo amor, que tem seu ponto de partida e de chegada em Deus”. Santa Maria Madalena de Pazzi também era uma terna devota de Nossa Senhora e contribuiu muito para o aprofundamento da devoção mariana carmelita à “Virgem Puríssima”, afirmando que a beleza de Maria era sua pureza, que a unia ao Verbo na maternidade divina.
Suas experiências místicas estão reunidas nos “manuscritos originais”, como são chamadas as anotações das irmãs, sobre o que ela fez ou disse em seus êxtases e “excessos de amor divino”, e nos quais elas faziam uma certa “verificação” com a própria santa. Ou seja: os Quarenta Dias, os Colóquios, as Revelações e Inteligências, as Provações e a Renovação da Igreja, juntamente com os Avisos e Cartas.
Sofrimentos físicos indescritíveis e uma severa provação espiritual testaram sua paciência e foi enriquecida por Deus com graças extraordinárias. Morreu em 25 de maio de 1607. Beatificada em 1626, foi canonizada em 28 de abril de 1669.
“Vem Espírito Santo, leve de nós tudo aquilo que nos impede de sermos levados por Vós”
Santa Maria Madalena de Pazzi