A Fidelidade de Maria
Um dos Frutos do Espírito Santo é a fidelidade. Conforme o dicionário, fidelidade significa “lealdade, firmeza, perseverança, exatidão”. Biblicamente, não é diferente. A fidelidade faz parte do caráter de Deus e pode ser experimentada em diversos momentos. Em contrapartida, o ser humano, criado à Sua imagem e semelhança, também deve vivenciar a fidelidade em seu dia a dia.
Com Maria podemos aprender como viver esta fidelidade. Para sermos fiéis a alguém é preciso que lhe manifestemos amor. E para amá-lo temos de conhecê-lo. Maria é a expressão mais plena da fidelidade perfeita ao Espírito Santo e à Sua ação na alma, é a expressão da fidelidade que significa cooperar perseverantemente com a graça da vocação.
O “quomodo fiat”(como poderá ser?) transforma-se, nos lábios de Maria, num “fiat”. O “fiat” de Maria, na Anunciação, tem a sua plenitude no “fiat” silencioso que Ela repete ao pé da cruz. Ser fiel é não trair nos momentos de trevas aquilo que se aceitou em público.
Assim se faça, estou pronto, aceito: este é o momento crucial da fidelidade, momento em que o homem entende que jamais compreenderá totalmente o como, que no desígnio de Deus, há mais momentos de mistério do que de evidência, e que, por mais que faça, não conseguirá nunca aceitá-lo todo. É então que o homem aceita o mistério e lhe dá um lugar no seu coração, do mesmo modo que Maria conservava todas estas coisas, meditando-as no seu coração (Lc. 2 19; cfr. Lc. 3. 15).
O grande momento em que o homem se abandona ao mistério, não com a resignação de quem capitula perante um enigma ou um absurdo, mas antes com a disponibilidade de quem se abre para ser habitado por algo, por alguém maior que o próprio coração. Essa aceitação realiza-se em definitivo pela fé que é a adesão de todo o ser ao mistério que se revela. Abramo-nos ao Senhor. Deixemo-nos que Ele habite verdadeiramente em nós. Faça Senhor, em nós, a tua morada para sempre.
Para concluir, São Paulo diz “eu vivo esta vida na Fé de Jesus Cristo que me amou e que deu sua própria vida por mim” (Gl 2, 20). Que este grito de São Paulo seja escutado por todos nós, todos os dias, no nosso coração, para vivermos verdadeiramente a fidelidade ao nosso Deus, assim como Nossa Senhora é um grande exemplo para nós.
Que a Virgem Maria, a Mãe das Graças possa nos ajudar a vivermos na radicalidade do evangelho, e na fidelidade ao qual Deus nos chama!
Por João Paulo Parra, missionário da Comunidade Deus Proverá