A humildade de Maria
“Ó Maria! O Senhor olhou para a tua humildade e fez em ti grandes coisas” (Lc 1,48-49)
Verdadeiramente ditosa foi Maria a quem não faltou a humildade.
O anjo revela-lhe a missão sublime que lhe é confiada pelo Deus Altíssimo e Maria declara-se escrava do Senhor. O seu olhar não se detém na grande honra que lhe poderá ser tributada por ter sido escolhida entre todas as mulheres para ser Mãe do Filho de Deus, mas contempla o mistério infinito dum Deus que quer fazer-se homem no seio duma pobre criatura. Se Deus pretende descer tão baixo, fazendo-se seu Filho, até onde não deverá rebaixar-se a Sua pobre escrava? Quanto melhor compreende a grandeza do mistério, tanto mais se humilha, escondendo-se. Permanece mais arraigada na sua humildade, atribuindo tudo ao Senhor cuja misericórdia louva, confessando a bondade com que olhou para a humilde condição da Sua escrava. Deus realizou nela grandes coisas: sabe-o, reconhece-o, mas, em vez de se gloriar na sua grandeza, dirige tudo para a glória de Deus. Com quanta razão exclama S. Bernardo: Assim como nenhuma criatura, depois do Filho de Deus foi elevada a uma dignidade e graça iguais às de Maria, da mesma maneira, nenhuma desceu tanto no abismo da humildade. É este o efeito que devem produzir em nós as graças e os favores divinos: fazer-nos sempre mais humildes, mais conscientes do nosso nada.
Ó Maria! Quem olha para ti fica confortado em todas as suas dores, tribulações e vence todas as tentações. És Mãe de humildade e nada há que afugente tão facilmente o demônio como a humildade. Acorra a ti, acorra a ti, ó Maria! (S. Maria Madalena de Pazzi)